sexta-feira, 30 de abril de 2010
quinta-feira, 29 de abril de 2010
A mãe
"Levanta, olha Dora com olhos agradecidos:
- Você é a mãezinha da gente, agora... - Mas fica encabulado do que diz, pensa que Dora não compreenderá mesmo porque ela está rindo com seu rosto sério de quase mulherzinha. Mas Professoar compreende, e Gato, na frente de Dora, falando numa voz feliz, mas sem desejo, chamando-a de mãe, e ela sorrindo com seu ar maternal de quase mulherzinha, fica gravado na cabeça de Professor como um quadro.
Gato joga o paletó nas costas e sai com seu passo gingado. Sente que há qualquer coisa de novo no trapiche: eles encontraram mãe, carinho e cuidados de mãe. Dalva o estranha nesta noite?
- Que foi que teve? Que foi?
Mas ele guarda seu segredo. É uma coisa tão grande demais encontrar na terra uma mãe que já morreu. Dalva não entenderia."
Trecho de 'Capitães de Areia' de Jorge Amado
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Como viver a vida
Miguel de Unamuno, Adentro!
terça-feira, 27 de abril de 2010
segunda-feira, 26 de abril de 2010
sexta-feira, 23 de abril de 2010
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Procurar a si mesmo
Trecho de "Demian" Hermann Hesse
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Teoria da Sincronicidade
Nós não temos o controle nem precisamos ter, essa é a lição da sincronicidade, que afirma que há uma ordem subjacente aos fatos e que o horizonte se amplia à medida que aceitamos a existência do inesperado e do nonsense, com sua dose de surpresa e risco
terça-feira, 20 de abril de 2010
segunda-feira, 19 de abril de 2010
sábado, 17 de abril de 2010
sexta-feira, 16 de abril de 2010
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Numa cela ou num deserto está o infinito
Qualquer coisa, conforme se considera, é um assombro ou um estorvo, um tudo ou nada, um caminho ou uma preocupação. Considerá-la cada vez de um modo diferente é renová-la, multiplicá-la por si mesma. É por isso que o espírito contemplativo que nunca sai da sua aldeia tem contudo à sua ordem o universo inteiro. Numa cela ou num deserto está o infinito. Numa pedra dorme-se cosmicamente."
Fernando Pessoa em "O Livro do Desassossego" p. 118
quarta-feira, 14 de abril de 2010
O tempo que pertence a nós
O que é duração para Bergson? Duração é liberdade temporal. Tempo qualitativo. Sabe-se que o tempo denominado objetivo é medido por intermédio dos relógios e outros mecanismos que apenas estão preocupados com o passar do tempo em sua forma sucessiva, mensurável. A duração para Bergson fundamenta-se, justamente, em outros elementos ligados à temporalidade. Qualidade do tempo. Subjetividade. Eis os conceitos essenciais que sustentam a duração. Como mensurar aqueles momentos que não "têm tempo"? Ou seja, momentos felizes que parecem voar? Ou momentos tensos que parecem dilatar cada instante? Como medir tal tempo se ele estaria ligado a uma sensibilidade única, singular e intransferível? Isso é duração. O tempo que jamais pode ser medido porque obedece a ritmos pessoais. Sabidamente, mais do que nunca, os complexos tecidos invisíveis que sustentam o poder e sua perversidade agudamente refinadíssima, nos dias atuais, centram-se em comprar o nosso tempo, buscando, dessa forma, esvaziar sonhos, projetos individuais e coletivos, vidas, subjetividades. Bergson resgata, em parte, um pouco de nossa potencialidade com indicativos de que ainda é possível, a duras penas, resgatar um tempo que pertence exclusivamente a nós e, como tal, incompartilhável.
Trechos do livro "Memória e Vida" de Henri Bergson
terça-feira, 13 de abril de 2010
segunda-feira, 12 de abril de 2010
sábado, 10 de abril de 2010
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Metamorfose
um pouco a cabeça viu a figura convexa de seu ventre escuro, sulcado por pronunciadas ondulações, em
cuja proeminência a colcha mal podia aguentar, pois estava visivelmente a ponto de escorregar até o solo.
Inúmeras patas, lamentavelmente esquálidas em comparação com a grossura comum de suas pernas,
ofereciam a seus olhos o espetáculo de uma agitação sem consistência."
Início do livro "A metamorfose" de Franz Kafka
quinta-feira, 8 de abril de 2010
A guerra é o pai de todas as coisas
O mundo, dizia Heráclito, é um fluxo perpétuo onde nada permanece idêntico a si mesmo, mas tudo se transforma no seu contrário. A luta é a harmonia dos contrários, responsável pela ordem racional do universo. Nossa experiência sensorial percebe o mundo como se tudo fosse estável e permanente, mas o pensamento sabe que nada permanece, tudo se torna o contrário de si mesmo. O lógos é a mundança de todas as coisas, os conflitos entre elas, e a contradição. Por isso Heráclito dizia: " A guerra (ou a luta) é o pai de todas as coisas". O dia se opõe à noite, o quente ao frio, o úmido ao seco, o bom ao mau, o novo ao velho.
A ordem do mundo são essas oposições e a mudança contínua de um no outro.